terça-feira, 23 de junho de 2015

Nada a Fazer
















De nada me valeu nosso passeio sensaboria.
Parti-me em pedaços pelo monólogo inesperado.
Olhavas meus pés passo a passo e os seguia
Eu olhava teu passo de vagão puxado.

Preparei-me para esse encontro por tantos dias
No entanto não durou nem uma hora
Meu olhar tentava abrir o teu sorriso,
enquanto o teu acenava indo embora.

Levei na bolsa um lenço perfumado
prevendo tuas lágrimas de arrependimento
teu semblante era rochedo já habitado
minha estrada fez-se estacionamento.

Esbarrei na tua mão, falsa desatenção
Talvez, tentativa de última magia
Encontro de peles acelerando o coração
Recolheste a sensibilidade, a diplomacia.

Saíste como um leão atrás da caça
Acompanhei tua silhueta até desaparecer
Sentei-me só no banquinho da praça
Buscando forças para te esquecer.


Catarina Fontan
(Manuscrito datado: setembro 2000)

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